9/8/2016 1 Comment Dar ou não dar nome aos bois?Há 4 semanas entrevistei uma professora de Pilates numa cidade chamada Idaho Falls nos EUA. Espero em breve compartilhar com vocês a conversa bacana que tivemos. Retornei ao seu estúdio duas semanas depois para dar uma aula. Não posso negar que ainda fico ansiosa ao dar aulas para professores, ainda mais quando a formação do instrutor é diferente da minha. A minha formação é contemporânea e a dela é clássica. Respirei fundo e pensei: "Ela é só mais uma aluna!" E com esse pensamento conduzi a minha aula. Durante a preparação para o exercício Prone 1 no Cadillac, com os braços estendidos acima da cabeça e mãos segurando a barra do cadillac ("push through bar"), solicitei que ela empurasse a barra para longe da cabeça, os ombros se movimentariam na direção das orelhas. Em seguida pedi que ela retornasse para a posição inicial permitindo o deslizamento das escápulas sobre as costelas, foi aí que ela parou e me perguntou: "Depressão da escápula?" Eu respondi SIM! Na hora achei interessante e até mesmo engraçado ela querer dar nome ao movimento. A verdade é que algumas pessoas precisam dar nome aos bois, mas nem todas pessoas "funcionam" dessa forma! Me lembrei disso hoje pois resolvi assistir a um vídeo tutorial no PilatesAnytime com a professora Pat Guyton. O título do vídeo é: "How we cue the body" ou Como guiamos o corpo. Irei realçar as questões que são importantes para mim e que foram utilizadas pela Pat Guyton durante a sessão:
A minha conclusão:
Dar nome aos bois pode ser referente a exercícios, estruturas corporais ou movimento. Quando dou aula a minha primeira escolha é a exploração do que quer que eu esteja oferecendo ao meu aluno! A maneira que eu dou aula tem a ver com a minha própria experiência corporal, seja ela o Pilates ou não, e experiência de vida. Meu estilo mudou muito com o passar do tempo. Ao sair da faculdade, há quase 18 anos atrás eu dava muita importância para a nomenclatura anatômica. Era o que eu tinha acabado de aprender. A medida que fui sendo exposta a diferentes modalidades, estilos, profissionais, métodos de aula e inclusive exposta a dar aula em outro país, passei a incorporar elementos que num momento ou outro determinaram a maneira que ensino. Isso é um processo constante, estamos sempre sujeitos a mudanças. Em momento algum a Pat mencionou os termos depressão ou rotação da escápula, ou mesmo flexão ou extensão do tronco. No entanto ela se apropriou de alguns termos e excluiu outros, como durante a flexão do tronco escolher usar a imagem de um dinossauro e na fase de extensão, usar o nome da estrutura óssea, esterno, para direcionar o movimento. Na minha opinião não há certo ou errado, contanto que seja claro, para nós profissionais, a intenção e objetivo de cada movimento ou exercício. A maravilha da nossa profissão é que não paramos de aprender nunca. Cada cliente que encontramos nos ensina algo diferente o que irá refletir no próximo cliente. É um efeito em cascata. Ao repetir sistematicamente o que aprendemos, sem levar em consideração nossa experiência pessoal e a do cliente, talvez estejamos limitando a possibilidade de mudança e exploração. Eu sei que meu estilo será diferente ao novamente encontrar a professora que mora em Idaho Falls. Ou talvez não mude tanto, mas precisarei estar atenta ao que funciona para ela e saber me adaptar. Sair da minha zona de conforto é importante para o meu crescimento. Espero que as figuras tenham ajudado, pois muitos de nós somos visuais e isto ajuda muito na construção de imagens! Mas procurem ir além das figuras e não se atenham a elas e nem as minhas idéias. Obrigada! Carla Oliva
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AuthorCarla Oliva, Educadora Física, Massoterapeuta, Membro do grupo de formação de professores BuffBones® e viajante período integral. ArchivesCategories |