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Uma relação de cuidado e confiança

11/11/2016

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Ontem tive o prazer de conhecer uma professora de Pilates que mora numa cidade chamada Bishop, na California. A cidade tem menos de 4 mil habitantes, é cheia de atletas que lá moram para se beneficiar da altitude (1260m) e tem 84% da população fisicamente ativa! A cidade ideal para o profissional do movimento!  

Achei muito interessante a forma com que ela organiza suas aulas. Você se inscreve para a aula através da internet (Mindbody) e só fica sabendo que atividade irá praticar no momento em que chega no estúdio. Assim que cheguei, me juntei com outras alunas que notaram não haver reformers na sala, portanto seria dia de Pilates no solo! Todas estavam bem confortáveis, mas também pude sentir aquele tom de surpresa, do tipo: "o que será que ela tem preparado pra gente hoje!" Um clima bem agradável! 

Notei uma relação de extrema confiança entre professora e alunos, na qual eles permitem que ela escolha a atividade do dia pois sabem que ela está cuidando deles com a melhor das suas intenções, ao mesmo tempo que proporciona espaço para que todos compreendam seu próprio corpo e explorem os movimentos sugeridos, cada um dentro do seus limites.

Esta professora não tem nada, "nadinha" de Pilates clássico na veia e faz um EXCELENTE trabalho com sua clientela.​ Foram dadas opções de adaptações para TODOS os exercícios de mat sugeridos, digo sugeridos pois ela não demandou absolutamente nada de ninguém e a participação tanto física como em termos de diálogo foi excepcional, com os alunos imediatamente dando feedback de suas sensações e dificuldades.

Houve momentos na aula em que ela desenvolveu uma sequência de 4 ou 5 exercícios de Pilates, os repetindo 2 ou 3 vezes na mesma ordem, o que na minha cabeça pensante de educadora se tornaram momentos valiosos, já que os alunos podem facilmente lembrar desta curta "coreografia" e executá-la em casa.

A escolha dos exercícios foi baseada na resposta dos alunos no início da aula, onde houve uma breve troca de informações sobre como cada aluna se sentia naquele momento e também como cada uma delas havia se sentido após a última aula feita.

Todos os exercícios de Pilates foram guiados de forma simples e equilibrada. Ela não utilizou termos muito técnicos, tampouco chulos trazendo para a aula a qualidade de um trabalho feito com seriedade, sem confundir ninguém.

Participar dessa aula foi um prazer imenso e reforçou aspectos que acredito serem extremamente saudáveis para a nossa longevidade como educadores do movimento: respeito e confiança.
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Dar ou não dar nome aos bois?

9/8/2016

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Há 4 semanas entrevistei uma professora de Pilates numa cidade chamada Idaho Falls nos EUA. Espero em breve compartilhar com vocês a conversa bacana que tivemos. Retornei ao seu estúdio duas semanas depois para dar uma aula. Não posso negar que ainda fico ansiosa ao dar aulas para professores, ainda mais quando a formação do instrutor é diferente da minha. A minha formação é contemporânea e a dela é clássica. Respirei fundo e pensei: "Ela é só mais uma aluna!" E com esse pensamento conduzi a minha aula.

Durante a preparação para o exercício Prone 1 no Cadillac, com os braços estendidos acima da cabeça e mãos segurando a barra do cadillac ("push through bar"), solicitei que ela empurasse a barra para longe da cabeça, os ombros se movimentariam na direção das orelhas. Em seguida pedi que ela retornasse para a posição inicial permitindo o deslizamento das escápulas sobre as costelas, foi aí que ela parou e me perguntou:


"Depressão da escápula?"

Eu respondi SIM! Na hora achei interessante e até mesmo engraçado ela querer dar nome ao movimento. A verdade é que algumas pessoas precisam dar nome aos bois, mas nem todas pessoas "funcionam" dessa forma!

Me lembrei disso hoje pois resolvi assistir a um vídeo tutorial no PilatesAnytime com a professora Pat Guyton. O título do vídeo é: "How we cue the body" ou Como guiamos o corpo. ​

Irei realçar as questões que são importantes para mim e que foram utilizadas pela Pat Guyton durante a sessão:
  • Experimentar Movimento - Nem tudo é exercício! Com a cliente em posição quadrúpede e após feitas as correções da posição, a Pat solicitou que a mesma focasse na sensação corporal ao realizar o "afastamento" e "aproximação" das escápulas.
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  • Enquanto o movimento era executado, a Pat introduziu a idéia de que a as escápulas deslizam sobre músculos e estruturas ósseas. Aproveitou neste momento para abordar a importância de músculos como o serrátil anterior e subescapular, mencionando inclusive sua localização, o que na minha opinião contribui para a criação da imagem.
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  • Ela então parte para a exploração de como as costelas se conectam com a coluna torácica, formando a caixa torácica. Ela pede para que a cliente explore movimentos de "elevar e abaixar" a caixa torácica e traz a imagem de um dinossauro durante a fase de "elevação". Estas palavras estão entre haspas pois a Pat não está restringindo o movimento e sim solicitando que a cliente o explore.
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  • Ela então aproveita o gancho indicando como o movimento do pescoço foi incorporado durante o movimento guiado através da caixa torácica. Em seguida pede para que a cliente verbalize as sensações obtidas através de uma dica e da outra, o que por sua vez pode ter contribuído para que a mesma estivesse em melhor sincronia com seu corpo. Pat Guyton conclui esta parte dizendo que guiar o movimento através das escápulas não é necessariamente melhor do que guiar através das costelas. São simplesmente sensações diferentes. Estruturas se movimentam com relação a outras estruturas, as vezes umas mais e outras menos e talvez se não nos restringíssemos tanto ao que aprendemos em livros de anatomia poderíamos proporcionar mais liberdade de movimento no corpo.
  • A partir daí, Pat Guyton leva a cliente a executar vários exercícios do Pilates, utilizando as mesmas formas de guiar o movimento em cada uma delas: através das costelas e através das escápulas e sempre solicitando que a cliente verbalize suas sensações. Passa então a corrigir os exercícios baseados completamente no feedback da aluna. Ela leva em consideração a forma/posição da cliente e o quão confortável ela se encontra em cada posição. Pat afirma que uma vez que a cliente faz suas escolhas, isso permitirá que ela se auto corrija de forma mais independente no futuro, pois terá  recebido informações que lhe permitirão um melhor entendimento corporal. ​
  • Estes foram os exercícios escolhidos pela Pat e os links que encontrei na internet. A Pat não necessariamente os ensina da mesma forma que são demonstrados nos vídeos, então eles servem somente como referência para que vocês saibam de quais exercícios estou falando. "Sitting Forward" no Cadillac com a "push through bar" (https://youtu.be/XDqh2lJIMJI), "Swan" Basico (não encontrei vídeo) ainda na posição do "sitting forward", "Hug a tree" de joelhos no Cadillac (versão em pé: https://youtu.be/qPuJ5e5wW4I).
A minha conclusão:

Dar nome aos bois pode ser referente a exercícios, estruturas corporais ou movimento. Quando dou aula a minha primeira escolha é a exploração do que quer que eu esteja oferecendo ao meu aluno! A maneira que eu dou aula tem a ver com a minha própria experiência corporal, seja ela o Pilates ou não, e experiência de vida. Meu estilo mudou muito com o passar do tempo. Ao sair da faculdade, há quase 18 anos atrás eu dava muita importância para a nomenclatura anatômica. Era o que eu tinha acabado de aprender. A medida que fui sendo exposta a diferentes modalidades, estilos, profissionais, métodos de aula e inclusive exposta a dar aula em outro país, passei a incorporar elementos que num momento ou outro determinaram a maneira que ensino. Isso é um processo constante, estamos sempre sujeitos a mudanças.

Em momento algum a Pat mencionou os termos depressão ou rotação da escápula, ou mesmo flexão ou extensão do tronco. No entanto ela se apropriou de alguns termos e excluiu outros, como durante a flexão do tronco escolher usar a imagem de um dinossauro e na fase de extensão, usar o nome da estrutura óssea, esterno, para direcionar o movimento.

Na minha opinião não há certo ou errado, contanto que seja claro, para nós profissionais, a intenção e objetivo de cada movimento ou exercício. A maravilha da nossa profissão é que não paramos de aprender nunca. Cada cliente que encontramos nos ensina algo diferente o que irá refletir no próximo cliente. É um efeito em cascata. Ao repetir sistematicamente o que aprendemos, sem levar em consideração nossa experiência pessoal e a do cliente, talvez estejamos limitando a possibilidade de mudança e exploração. 

Eu sei que meu estilo será diferente ao novamente encontrar a professora que mora em Idaho Falls. Ou talvez não mude tanto, mas precisarei estar atenta ao que funciona para ela e saber me adaptar. Sair da minha zona de conforto é importante para o meu crescimento. 

Espero que as figuras tenham ajudado, pois muitos de nós somos visuais e isto ajuda muito na construção de imagens! Mas procurem ir além das figuras e não se atenham a elas e nem as minhas idéias.

Obrigada! 
​
Carla Oliva

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    Author

    Carla Oliva, Educadora Física, Massoterapeuta, Membro do grupo de formação de professores BuffBones® e viajante período integral.

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    November 2016
    September 2016

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